PÁSCOA - CELEBRAÇÃO DA VIDA IMORTAL

Vimos de uma tradição religiosa judaico-cristã. E todos nós, indistintamente, sempre fomos levados à comemoração da Páscoa. Muitos até hoje a comemoram na obscuridade, na ignorância de seu sentido real, o que favorece bastante o comércio, mas nada ao espírito.

Quando Jesus Cristo foi capturado, para em seguida ser torturado e levado a óbito, os judeus comemoravam a Páscoa. Jerusalém, como fica até os dias de hoje, repleta de gente, bulhenta e satisfeita, como em toda comemoração, lembrava a "libertação" do seu povo do cativeiro, e sua Páscoa tinha sabor de Liberdade.

E Jesus, como não poderia deixar de fazê-lo, escolhera para o dia de sua morte, aquele que seria um dia festivo para a comunidade na qual houvera nascido e lutado, como o maior mensageiro da não violência que o mundo já conheceu. Temos aí o mesmo significado da Páscoa para as duas mais importantes tradições filosófico-religiosas do mundo: Passagem. Enquanto os judeus relembram com alegria a travessia do mar vermelho (não é por acaso que o mar tem a cor de sangue) e o vislumbramento da Terra Prometida por Deus a Abraão, nós cristãos comemoramos na Páscoa, a Passagem de Jesus para um mundo novo, a vida verdadeira, livre das ilusões e das amarras da vida física.

Jesus mostrou ao mundo a realidade do ser imortal e das "várias moradas da Casa do Pai".

A chamada Ressurreição, nada mais é, do que a comprovação de que este corpo perecível é apenas um envoltório, que nos serve de manifestação para conquistarmos mais um degrau evolutivo enquanto viajantes pelo planeta Terra. Findo o tempo, de nossa passagem por estes prados, o corpo retorna a seu elemento primitivo e o ser eterno busca outras moradas e outros campos de atuação, na vida estuante, que jamais cessa. Continuamos pela eternidade a fora, crescendo e aprimorando, para um dia vitoriosos voltarmos aos braços do Criador. Desta forma, nas indas e vindas, transitando por vários corpos e vários mundos, vamos celebrando a nossa Páscoa evolutiva, a  libertação dos grilhões que nos prendem a um passado de erros clamorosos.

A cada Páscoa devíamos estar comemorando a nossa reeducação espiritual, na conquista de valores imperecíveis. Mas como nada se perde na imensidão do Cosmos, acreditamos que estamos na marcha evolutiva real, crescendo, às vezes compulsoriamente, ás vezes já conscientes da necessidade urgente de transformação. O bem já palpita em todos os corações, mesmo naqueles mais endurecidos, que são convidados a uma ressurreição contínua das trevas para a Luz.

Bendita seja a Páscoa do Senhor! Bendito seja Jesus nas resplandências dos mundos celestes, que como irmão e Mestre amoroso, tem tido compaixão de nós! Bendito o Pai de amor que nos concedeu a vida imortal!

Feliz Páscoa aos homens de boa vontade e também aos que não o são ainda.

Salve a imortalidade na infinitude do cosmos!

Roberta Cavalcante